No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas carregam o Transtorno do Espectro Autista (TEA), segundo o Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC). Por isso, muitas pessoas têm dúvidas sobre como diagnosticar o autismo, principalmente no período da adolescência. Pessoas nessa fase da vida costumam ter dúvidas, questionamentos e incertezas e muitas vezes chegam aos consultórios se perguntando: será que sou autista?
O diagnóstico tardio do autismo tem sido uma realidade, mas cada vez mais a análise precoce vem sendo feita. Um diagnóstico de crianças de até quatro anos chegou a 50%. Com o cesso à informação, muitos adolescentes vêm chegando aos consultórios por conta própria.
De acordo com a psicóloga Bruna Rodrigues, muitos adolescentes "trazem alguns questionamentos acerca de seus comportamentos que diferem de alguns colegas de escola ou de outras pessoas com quem convivem no cotidiano”.
De acordo com a psicóloga Bruna Rodrigues, muitos adolescentes "trazem alguns questionamentos acerca de seus comportamentos que diferem de alguns colegas de escola ou de outras pessoas com quem convivem no cotidiano”.
“Costumo receber adolescentes com dificuldade que vão desde entender o sarcasmo do outro, iniciar um relacionamento amoroso até mesmo enfrentar bloqueios em interações simples no trabalho ou para desenvolver uma amizade", completou.
Como detectar o autismo na adolescência
Detectar se a pessoa é autista exige exames e acompanhamentos de especialistas. Profissionais como psiquiatras, neuropsiquiatras e neuropsicopedagogos, juntamente do psicólogo do adolescente, conseguem chegar a uma resposta desde que tenham total acesso às informações de como ocorreu a infância da pessoa.
Porém, é possível ficar atento a alguns sinais que pessoas do espectro autista apresentam. Veja quais são os sintomas do autismo na adolescência:
- Interesses restritos: adolescentes mais fechados, com interesses particulares bem específicos
Dificuldade de comunicação: alguns adolescentes podem até se recusar a interagir com outros - Linguagem formal: usam palavras mais difíceis e muitas vezes nem usadas na linguagem geral do dia a dia
- Problemas de entendimento: sarcasmo, piadas, tons de conversação podem não ser entendidos pelos autistas
- Dificuldade em entender linguagem não verbal: ou seja, não interpretam sinais corporais como um simples franzir de testa
- Isolamento social: quando não se sentem à vontade em situações sociais
- Comportamentos estereotipados: quando apresentam comportamentos repetitivos com o corpo. Ex: se balançam bastante ou mexem muito as mãos
- Baixa tolerância a mudanças: como a troca de escola, de turma ou de casa
A psicóloga Bruna Rordigues destaca também como geralmente esses adolescentes notam eles próprios alguns dos sintomas. “Algo que também acontece é quando amigos e familiares notam um comportamento diferente nesses adolescentes, tais como, dificuldade de realizar contato visual levantando questionamentos sobre um possível TEA”, comenta.
Ela ainda ressalta que “por outro lado, outros nos procuram, pois, apresentam os sintomas, mas não entendem o porquê se comportam de determinadas formas. Claro, que embora tenhamos que investigar todos os sintomas, nem sempre o diagnóstico é de autismo”.
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Saúde